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Sense morbidus

Os vermes alojam-se nos meus dentes Masturbam-se esfregando-se nas minhas gengivas Enchem-me a boca de esperma E o cheiro que emana é nauseabundo Nos meus caninos está o sangue De mil virgens que desflorei em segredo A minha língua estorce-se em caricias Na lembrança de estranhas sevicias Dos meus olhos caiem lágrimas prazerosas Que se roçam pela minha cara E se retêm, para que se prolongue a descida Desenham rastos quentes até aos cantos da boca Saboreio um prazer mórbido e nojento Assim mesmo abro um sorriso E por entre desmaios dos que me rodeiam Alguém me beija prolongadamente

Lamento

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Lamento ser Sentir Querer Desejar Ter Lamento saber Lembrar Lembrar Lembrar Lamentar O primeiro golpe cega-me e ao invés de ficar imóvel acelero para o abismo Vou correr para um bar e pedir perdão ao santo álcool. Ainda agora saí do esgoto e já anseio voltar Em noites como esta eu corto os pulsos compulsivamente E sou um pobre coitado triste e abandonado…. Por ti (quem quer que sejas) Às vezes faço cortes só para ver o sangue tentar escapar ao meu corpo mas depressa, mais depressa que faço os cortes, bebo o sangue aprisionando de novo cada gota. Assimilo cataclismos como o meu organismo ao açúcar E estou encalhado entre quem me ama e quem anseia matar-me Escolho sempre o lado errado?!?!?! Saboreio salubridade em beijos apaixonados e vomito agoniado de seguida para me sentir mais humano Tiro fotografias ao espelho à espera de vislumbrar o meu reflexo mas só vejo a minha sombra E quando mergulho em mim espero morrer afogado em qualquer charco poluído por produtos