Sense morbidus
Os vermes alojam-se nos meus dentes Masturbam-se esfregando-se nas minhas gengivas Enchem-me a boca de esperma E o cheiro que emana é nauseabundo Nos meus caninos está o sangue De mil virgens que desflorei em segredo A minha língua estorce-se em caricias Na lembrança de estranhas sevicias Dos meus olhos caiem lágrimas prazerosas Que se roçam pela minha cara E se retêm, para que se prolongue a descida Desenham rastos quentes até aos cantos da boca Saboreio um prazer mórbido e nojento Assim mesmo abro um sorriso E por entre desmaios dos que me rodeiam Alguém me beija prolongadamente