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Showing posts from July, 2006

Usurpador

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Tomas por teu o que nunca poderás ter, com as tuas patas sujas adulteras a pureza das palavras. Colhes frutos das terras que não lavras. Quando te vangloriam pelo esforço dos outros sentes prazer. Abomino-te, e sirvo-me da originalidade para te dizer. Consegues dormir com as ideias, tal meninas, que depravas? Se até o teu próprio desenvolvimento intelectual entravas, Serás para sempre uma réplica de algo que nunca poderás ser. Que cada palavra usurpada seja uma gota de veneno purificador E te vá matando aos poucos, de remorso, usurpador. Serei então feliz, e posso encontrar a paz a que aspiro. És um verme da cultura, a erva daninha que rodeia a flor, Lombriga enquadrada, sem a mente dos outros nunca terás valor. De todos os insultos que te dirigi nem uma vírgula retiro.

o meu pai

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o meu pai era um cauboi tinha uma pistola que dava até 6 tiros disparava noite a fora mas não dispara agora o meu pai era um cauboi que me montava tal vaca bravia montava-me a mim o meu pai a minha mãe irmãs e tia o meu pai era um cauboi que mamava nas tetas da vaca da minha mãe escusado será dizer que a vaca era eu o meu pai era um cauboi que só deixou de me montar quando engravidei e ele se tornou avô-pai o meu pai era um cauboi e era porque já não é espetei-lhe um tiro nos cornos e não pude assistir ao funeral

A besta

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A criança de colo que amamento não é minha / Dá-ma a irmã da besta / Diz-me que não é sua / Chega a jurar até / São as lágrimas que a denunciam / Em jeito de confissão declara-me que o rebento que eu agora carrego em meus braços e alimento é fruto de incestuosa relação com a própria besta / E eu não sei se choro com ela e se mato este fruto demoníaco / Se a aconchego a tomo por esposa e acarinho este fruto como meu / Eu próprio amo a besta / A idolatro e a divulgo / Eu sinto a besta por meu pai / É então minha mãe a irmã da besta / Tomo-a por esposa / Adopto o rebento / Quando faço amor com ela a besta junta-se a nós / Quando faço amor com ela ouço a voz da minha mãe / Quando faço amor com ela possui-me o meu pai / Faço amor com ela / Possuo-a e a criança / Faço amor comigo / Cresce a criança-rapaz / E eu a desaparecer / Sinto que ele me engole / Já não fazem amor comigo / Amam-se entre si / Excluíram-me / O único acto de prazer em que participo é aquele em que lhe lambo as botas / Ínf