A besta

A criança de colo que amamento não é minha / Dá-ma a irmã da besta / Diz-me que não é sua / Chega a jurar até / São as lágrimas que a denunciam / Em jeito de confissão declara-me que o rebento que eu agora carrego em meus braços e alimento é fruto de incestuosa relação com a própria besta / E eu não sei se choro com ela e se mato este fruto demoníaco / Se a aconchego a tomo por esposa e acarinho este fruto como meu / Eu próprio amo a besta / A idolatro e a divulgo / Eu sinto a besta por meu pai / É então minha mãe a irmã da besta / Tomo-a por esposa / Adopto o rebento / Quando faço amor com ela a besta junta-se a nós / Quando faço amor com ela ouço a voz da minha mãe / Quando faço amor com ela possui-me o meu pai / Faço amor com ela / Possuo-a e a criança / Faço amor comigo / Cresce a criança-rapaz / E eu a desaparecer / Sinto que ele me engole / Já não fazem amor comigo / Amam-se entre si / Excluíram-me / O único acto de prazer em que participo é aquele em que lhe lambo as botas / Ínfimos momentos de felicidade / Bate-me / Humilha-me / Golpeia-me / Sou o primeiro a morrer ás suas mãos no caminho que o leva a tomar o lugar da besta / Faz amor comigo-cadáver / Ama-me acto contínuo / Abro um sorriso / Quer que me junte a ele / Come os meus restos mortais / Engole a minha alma / Somos um / Faço parte da besta / Faço amor comigo.

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